quarta-feira, 25 de agosto de 2010



Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Clarice Lispector

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O casório

Estatisticamente, pequenas neuroses e bastante inveja se manifestam com mais contundência quando há muitas pessoas envolvidas.E há muitas pessoas envolvidas numa instituição popular e, alguns dizem, falida: o casamento.Poucas cerimônias contemplam tanta neurose num mesmo espaço quanto a de casamento, e, durante a sua celebração, a inveja atinge o pico da sua consumação. Portanto, cuidado com a lista de convidados.Nunca inclua aquele amigo que acabou de se separar e odeia toda a humanidade. Especialmente a humanidade do sexo feminino.

Por quê?

1) Quando ele recebe o convite, repara se a caligrafia impressa no envelope é manual ou computadorizada, analisando-o contra a luz e lentes. Para checar se a festa será econômica ou regada. Se o convite chegar pelo correio, ele não vai. Nem se vier colado o selo do papa. E quando ao lado do nome de um pai ou mãe aparece a expressão in memoriam, ele automaticamente afirma para os íntimos: “Puxa, o pessoal morre cedo nessa família.”

2) Se o convite for acompanhado de um cartão com nomes de lojas, em que estarão as listas de presente, o primeiro pensamento que lhe ocorre é: “Que gente gananciosa, aproveitadora, casam-se só para ganhar eletrodomésticos, talheres e cristais.” E se pergunta: “Qual dessas lojas têm coisinhas mais em conta?”

3) Ele fica em dúvida se vai até a loja e compra algo da lista, ou repassa aquela sorveteira de cristal que nunca usou e ganhou no seu terceiro casamento, de uma prima de quem ele nem vai com a cara, que provavelmente ganhou no quarto casamento dela e lhe repassou o chamado PDO (Presente de Ocasião), ou PP (Presente Passa).

4) Ele tem que ir à loja, porque descobre que Lia, a sua diarista, apelidada de “o fenômeno”, pois cozinha, lava e passa fenomenalmente mal, quebrou a sorveteira de cristal que ele nunca usou, já que toma sorvete no próprio copo, com a mesma colher, e o guarda no freezer se sobrar; um dos motivos para as mulheres o abandonarem. Ele se irrita com o fenomenal hábito de Lia quebrar louças e deixá-las montadas, como um quebra-cabeça, para, quando ele pegá-las, elas caírem da mão dele aos pedaços, e estar garantido o direito razoável da dúvida. Nunca será provada a culpa de quem quebrou aquela pobre louça, nem por escuta telefônica, nem por interfônica, já que Lia passa o dia falando dele pelo interfone com a síndica. Mal.

5) Na loja, ele já chega perguntando: “O que tem de mais barato na lista do casal tal?” E se não tem nada de barato na lista do ambicioso e aproveitador casal, que nem se ama, desconfia, mas se casa para vender os presentes e rachar os lucros, o conviva mal-humorado e mal-amado compra aquele relógio de parede de cozinha em promoção por R$ 19,90. Duvida?

6) O amigo do noivo fica na igreja ao lado da família do noivo e considera a família da noiva intrusa, vivenciando a Síndrome de Montesco Vesus Capuleto. Ele comenta que os padrinhos da sua ala (noivo) estão infinitamente mais elegantes do que os padrinhos do inimigo. E se algum dos Capuleto tiver um vulpes vulpes carnívoro, canídeo, mais popularmente e carinhosamente conhecido como raposa, pendurado no pescoço, ele não faz carinho no focinho do mamífero, o pendurado, mas joga tinta em protesto contra o uso de pele animal.

7) Ele acompanha a missa enumerando as maluquices dos tempos de solteiro do amigo que deixa de ser solteiro. Ao ver noiva entrar, aponta e pergunta para o seu vizinho de banco: “Aquilo é barriga de chope ou gravidez?” Quando o padre diz “prometa amá-lo na tristeza e na alegria, na saúde e na doença, amando-o e respeitando-o todos os dias de sua vida, até que a morte os separe”, o conviva, que já foi abandonado por três mulheres, ri e comenta: “O padre não conhece as estatísticas.” E completa: “Até o cartão de crédito ser cancelado.” Quando o padre informa que ela não poderá traí-lo, ele se empolga e diz, para a sua fileira: “Não ponho a mão no fogo nem pela minha mãe.”

Na comunhão, avisa aos avós da noiva: “Olha lá, não vão engolir a hóstia. Tô de olho…” Na fila de cumprimentos, ele diz para a noiva “casamento é duro”, “mata-se um leão a cada manhã”, “você está linda”, “cuida bem dele” ou “se ele não cuidar bem de você, me telefona”? E para o noivo, seu amigo, diz “meus pêsames”, “viu a Salete, como está gostosa” ou “continua o pôquer às quintas-feiras”? Para o mãe da noiva, diz “está linda a festa”, “está linda a igreja” ou pergunta se tem outra filha sobrando? E para o pai da noiva, “se ele aprontar, deixa comigo”, ou pergunta quanto pagou pela cerimônia e a garrafa de Red Label?

9) Durante a festa, ele organiza um pequeno exército para hostilizar os convidados da noiva? Dá em cima da vocalista da banda, que é mulher do tecladista, e pede todo o tempo “toca Raul!”? Sobe no palco, pega o microfone e relembra velhas e boas do amigo, como quando eles fizeram uma suruba no cursinho e a primeira vez em que foram para a zona e fugiram sem pagar?

10) Você sabe quem se mete no meio das mulheres para pegar o buquê? E quem coloca dezenas de bem-casados nos bolsos? E quem se empolga, dá em cima da tia avó bêbada, e a convida para conhecer a sua coleção de louça quebrada?

11) Na fila dos manobristas, um colega anuncia que acabou de se separar. Sabe o que ele fala? “Que bom, aquela sem-vergonha dava pra todo mundo do escritório”.

12) Um outro amigo, também bêbado, diz que a mulher não veio, porque o trocou por um surfista profissional de 19 anos. “Ela me disse que eu nunca encontrarei ninguém melhor do que ela”, o amigo finaliza. Sabe como ele o conforta? “Ainda bem, né?” E tem a cara-de-pau de perguntar com quem ficará o apê, lembrando que o casal morava numa coberturazinha de um prédio antigo, pé-direito alto, armário embutido, banheira, com uma baita vista e condomínio barato. Afinal, é perto do metrô. "

Por Marcelo Rubens Paiva Seção: SEM CATEGORIA 10.agosto.2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

BOm galerinha hoje vou falar de uma cara que eu simplesmente acho fodaa demais !

Marcelo Rubens Paiva ...

Biografia !

Nascido em São Paulo em 1959, aos 11 anos de idade sofreu o primeiro grande baque de sua vida: o desaparecimento do pai (o ex-deputado federal Rubens Paiva) pela ditadura militar.Um despertar violento da consciência política. Estudou na USP e Unicamp. E então aos 20 anos de idade , ele sofreu o segundo grande baque: um acidente que o deixou tetraplégico. Hoje, com muita fisioterapia, voltou a locomover as mãos e os braços.Desde 1989, depois que estudou dramaturgia no CPT do Sesc, em São Paulo, ele estreou no teatro com a peça 525 Linhas, dirigida por Ricardo Karman. Em 1998, estreou E aí, Comeu?, peça dirigida por Rafael Ponzi, que depois mudou de nome pra Da Boca Pra Fora. Com ela, ganhou o Prêmio Shell, melhor autor, em 2000.Os livros Feliz Ano velho e Blecaute foram publicados inicialmente pela Editora Brasiliense. Hoje o autor mantém contrato com a Editora Objetiva.Rafael Ponzi ainda dirigiu suas peças Mais-que-Imperfeito (2001) e Closet Show(2003). Adaptou o livro As Mentiras que Os Homens Contam. Em 2003, estreou a peça No Retrovisor, com Marcelo Serrado e Otávio Müller, dirigida por Mauro Mendonça Filho. Em 2006, fez a peça Amo-te, dirigida pelo mesmo Mauro Mendonça.Trabalhou muitos anos na Folha de S. Paulo e desde 2003 é colunista aos sábados do Caderno 2, do Estadão.Nos anos 90 chegou a apresentar um programa de entrevistas na TV Cultura de São Paulo, o já extinto Fanzine.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Duvidaaa Cruell !!!



Aa muita duvida o que seguir como carreira profissional !
Sinceramente aqueles testes vocacionais não servem para mim desculpa mais é a realidade !
Odeia ser indecisa assim "/
Mais fazer o que ne, o jeito é esperar ...
Pensando em optar por Ed. Física mas ainda não tenho certeza ...
Ou quem sabe Historia ....


SOCORROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO ...

sábado, 14 de agosto de 2010


Visual novo :p
adoroooooooooooooooo !!!

Gente da uma olhada no blog Ñintendo
Minha fotinha ta la !!!


bjos !!!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Te amo amiga !

O deserto que atravessei

Ninguém me viu passar
Estranha e só
Nem pude ver que o céu é maior

Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar

É deserto onde eu te encontrei
Você me viu passar
Correndo só
Nem pude ver que o tempo é maior

Olhei pra mim
Me vi assim
Tão perto de chegar
Onde você não está

No silêncio uma catedral
Um templo em mim
Onde eu possa ser imortal
Mas vai existir
Eu sei, vai ter que existir
Vai resistir nosso lugar

Solidão, quem pode evitar?
Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e desagua dentro de mim
Amanhã, devagar
Me diz como voltar

Se eu disser que foi por amor
Não vou mentir pra mim
Se eu disser deixa pra depois
Não foi sempre assim

Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar

Amo as nossas loucuras !

Bgd pro existir na minha vida :D